Origem dos Albuquerque Maranhão


Jerônimo de Albuquerque
Fundador da Cidade do Natal
O senhorio de Albuquerque pertencia originalmente aos Meneses. Destes passou, através do casamento, a o bastardo da casa real Afonso Sanches, filho de d. Diniz, cujos descendentes levaram o nome Albuquerque. O nome se propaga pelas linhas femininas: passa aos Cunhas, grandes senhores na Beira — seu nome deriva de uma torre perto de Penafiel de Bastuço. O neto do tronco da linhagem, Lourenço Fernandes da Cunha, está amplamente documentado entre 1171 e 1225.

Dos Cunhas o nome Albuquerque passa aos Melos, bastardos do clã de Riba de Vizela, cujo ancestral mais antigo conhecido é certo Pedro Fromariques, e cujo filho, Fernão Pires de Guimarães acha-se documentado (provavelmente) entre 1160 e 1178 como subscritor de documentos régios. São, àquele tempo, personagens secundários. O sangue burguês entra nesta
família no casamento de Leonor de Albuquerque com João Gonçalves de Gomide, que teria assassinado a mulher, sendo por isso justiçado, passando aos filhos exclusivamente o nome Albuquerque.

D. AFONSO SANCHES

Filho de d. Diniz I o lavrador, rei de Portugal (n. 1261, † 1325, subiu ao trono em 1281). Teve d. Diniz, com Aldonça Rodrigues Telha, a este bastardo d. Afonso Sanches, n. 1289, e que ainda no começo do século XIV lutava ao lado do pai contra a rebeldia do herdeiro legítimo, o infante d. Afonso, depois d. Afonso IV o bravo, rei de Portugal. C.c. d. Teresa Martins de Meneses, sra. do senhorio de Albuquerque, filha de d. João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos e sr. de Albuquerque, e de s.m. Teresa Coronel.
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D. JOÃO AFONSO DE ALBUQUERQUE, o do ataúde

Foi mandado assassinar pelo primo d. Pedro I o cru (n. 1320, † 1367, rei de Portugal em 1357); cavaleiro andante mais que senhor de terras, seus comparsas de guerras, ao que parece, realizavam conselhos de guerra à volta de seu ataúde, segundo a legenda. C.c. a prima d. Isabel de Meneses, filha de d. Telo de Meneses. Os bastardos são filhos de Maria Rodrigues Barba.
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D. FERNANDO AFONSO DE ALBUQUERQUE

Era bastardo. Desapossado após o irmão, porque suas terras ficavam em Castela, recebeu da prima d. Leonor Teles, a flor de altura, rainha mulher de d. Fernando I (n. 1345, † 1383), o mestrado de S. Tiago. Teve duas filhas.
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D. TERESA DE ALBUQUERQUE

C.c. Vasco Martins da Cunha, um dos principais partidários de d. João I nas cortes de Coimbra (1385), sr. de grandes terras na Beira e em especial sr. da Tábua; filho de Martim Vasques da Cunha e de s.m. Violante Lopes Pacheco, filha de Lopo Fernandes Pacheco, mordomo-mor de d. Pedro I; neto paterno de Vasco Martins da Cunha o seco, e de s.m. Senhorinha Fernandes Chancina; bn. p. de Martim Vasques da Cunha, alcaide-mor de Cerolico de Basto ao tempo de d. Diniz, e de s.m. Joana Fernandes de Novais; tn.p. de Vasco Lourenço da Cunha, sr. Da Tábua, e de sua mulher Teresa Pires Portel, filha de Pedro Pires Portel; quarto neto paterno de Lourenço Fernandes da Cunha, valido de d. Afonso III, e de Sancha Lourenço Macieira; 5 n.p. de Fernão Pais da Cunha, filho de Paio Guterres, tronco destes — e de s.m. Mor Rendufes, filha de Rendufo Soleima.
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ISABEL DA CUNHA

C.c. Gonçalo Vaz de Melo o moço, filho de Gonçalo Vaz de Melo e de Constança Martins, s.m.; n.p. de Vasco Martins de Melo, alcaide-mor de Évora — o que livrou da morte ao Mestre de Aviz em 1385 — e de sua primeira mulher Teresa de Azevedo; bn.p. de Martim Afonso de Melo, terceiro sr. da vila de Melo, e de sua 2a. m.er Maria Esteves, filha de Estevão Soares de Albergaria; tn.p. de Afonso Mendes de Melo, segundo sr. De Melo e de s.m. Inês Vasques da Cunha, filha de Vasco Lourenço da Cunha; qn.p. de Mem Soares de Melo, primeiro sr. de Melo, que em 1249 esteve em Faro com d. Afonso III, e de s.m. Teresa Afonso Gato; 5n.p. de Soeiro Reimão, que é atestado em 1191, e de s.m. Urraca Viegas Barroso; 6n.p. (bastardo) de Reimão Paes, dos de Riba de Vizela; 7n.p. de Paio Pires, de Guimarães, rico-homem ao tempo de d. Sancho I de Portugal, e de s.m. Elvira Fernandes Tinhosa; e, enfim, 8n.p. de Pedro Fromariques, de Riba de Vizela, que vivia próximo a Guimarães, e de s.m. Gotinha...
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LEONOR DE ALBUQUERQUE

C.c. João Gonçalves Gomide, sr. de Vila Verde, filho de Gonçalo Lourenço Gomide, que viveu no tempo de d. João I, que o armou cavaleiro em Ceuta em 1415, aí o nobilitando, e de s.m. Inês Leitão; n.p. de Nuno Martins Gomide, burguês n. de Portalegre, que vivia ao tempo de d. Pedro I, e de s.m. Bartolesa Lourenço. João Gonçalves matou a mulher d. Leonor, e foi por isso decapitado em Évora em praça pública; a sentença determinou que os filhos se chamassem, todos, Albuquerques, levando assim também as armas destes.
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JOÃO DE ALBUQUERQUE o azeite

Empobrecido, viveu em Lisboa. C.c. Leonor Lopes, filha do Dr. Lopo Gonçalves de Leão, judaizante, desembargador em Lisboa.
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LOPO DE ALBUQUERQUE o bode

C.c. Joana de Bulhão, filha de Afonso Lopes de Bulhão, burguês lisboeta.
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JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE o torto

O Adão pernambucano

Nasceu em Lisboa c. 1510. Passou a Pernambuco junto ao cunhado Duarte Coelho Pereira, que recebera a donatária de Pernambuco, e com ele esteve na fundação de Olinda. Depois de contribuir para a prosperidade colonial da região, morre em 1593. Uniu-se à índia Muyrá-Ubi, batizada Maria do Arcoverde, de quem teve muitos filhos. C. depois de1561, por determinação da rainha d. Catarina, regente de Portugal, c.c. Filipa de Melo, filha de Cristóvão de Melo e de s.m. Joana da Fonseca; n.p. (bastardo) de d. João de Melo, comendatário de Pombeiro, e de Guiomar Borges; bn.p. de Vasco Fernandes de Sampaio, sr. de Vila Flor, e de s.m. Mécia de Melo, filha de Vasco Martins de Melo e de s.m. Teresa de Azevedo.
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JERÔNIMO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO (Fundador da cidade do Natal)

N. 1548, † 1624 em seu engenho Cunhaú, no Rio Grande do Norte. C.c. Catarina Feijó, filha de Antonio Pinheiro Feijó. Foi o conquistador do Maranhão, e recebeu em decorrência este nome como acrescentamento a seu próprio. C.g. — Albuquerque Maranhão, da casa do Cunhaú. Seu filho segundo, Matias de Albuquerque Maranhão achava-se em 1617 governando as aldeias de Cumá, perto de S. Luiz (MA); residiu no Rio (RJ) de 1643 a 1656, e † após 1663. C.c. Isabel da Câmara. Pais de Afonso de Albuquerque Maranhão, sr. do engenho Cunhaú, c.c. Isabel de Barros Pacheco. Tiveram a Gaspar de Albuquerque Maranhão, igualmente sr. de Cunhaú, capitão-mor de Goianinha. Vivia em 1758 e c.c. Luzia Vieira de Sá. Seu quinto filho, André de Albuquerque Maranhão, † 1806, coronel de regimentos auxiliares na Paraíba, c.c. Antonia Josefa do Espírito Santo Ribeiro.
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Matias de Albuquerque Maranhão c.c. Isabel da Câmara
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Afonso de Albuquerque Maranhão
Isabel de Barros Pacheco
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Affonso de Albuquerque Maranhão II, +1730, c.c. Adriana Vieira de Sá
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Jerônimo de Albuquerque Maranhão
Luiza Margarida Coelho de Andrade
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José Jerônimo Pacheco de Albuquerque Maranhão
Anna Francisca de Araújo
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Isabel Cândida de Albuquerque Maranhão
Pedro Velho do Rego Barreto
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Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão
Feliciana Maria da Silba e Albuquerque
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Pedro Velho de Albuquerque Maranhão
Alberto Frederico de Albuquerque Maranhão
Augusto Severo de Albuquerque Maranhão
(entre outros)
 
 

Texto de Anderson Tavares

Minha foto
Consultor de História do Rio Grande do Norte e do Brasil (Império e República Velha). Graduado em História. Mestre em Educação pela UFRN e estudante de Direito. É sócio fundador do Instituto Norte-Rio-Grandense de Genealogia, membro do Instituto Pró-Memória de Macaíba, do Centro Norte-Rio-Grandense do Rio de Janeiro e da Academia Macaibense de Letras, onde ocupa a cadeira nº 04, cujo patrono é o Historiador Augusto Tavares de Lyra.
 
FONTE: http://www.historiaegenealogia.com/2009/08/origem-dos-albuquerque-maranhao.html
 

Comentários

  1. Excelente trabalho de documentação e informação. Para quem ama história como eu, este texto é um presente!

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  2. Adorei, petenço a essa familia maravilhosa.

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  3. Adorei, petenço a essa familia maravilhosa.

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