OS ENGENHOS DE CANGUARETAMA


No contexto histórico, o território onde hoje é o município de Canguaretama teve expressiva importância, pois nessa área foi instalado o primeiro engenho da Capitania e a primeira usina de açúcar do Estado. Dessa forma a monocultura da cana-de-açúcar é histórica na região é fator de influência em todos os setores da sociedade. Os engenhos que instalaram-se no município exerceram sua importância, sendo a peça motriz da economia, política e cultura de um povo.
A colonização da Capitania do Rio Grande iniciou-se pelo sul e a ocupação das terras, logicamente, deveriam se dar principalmente pela exploração da cana-de-açúcar. A produção principal deveria ser o açúcar, mas o gado e culturas de subsistência como a mandioca, o feijão e o milho, além do algodão eram sempre presentes. Através dos engenhos se disseminaram os pomares, principalmente de frutas estrangeiras trazidas pelos portugueses dos mais variados pontos do planeta como a manga, o coco, a jaca, a fruta-pão e a banana.
A boa localização para os engenhos foi predominante. Os rios da bacia do Curimataú, as matas e o solo adequado serviam perfeitamente à atividade canavieira. Jerônimo Mateus, na companhia de Manoel Fernandes e Domingos Martins, recebeu a incumbência de examinas as terras do litoral da Capitania do Rio Grande, em 1614, e declarou ao capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco e ao ouvidor geral desembargador Manoel Pinto da Rocha, que as terras do Cunhaú eram em quantidade capazes de três ou quatro engenhos.
O Auto de Repartição das Terras da Capitania do Rio Grande, em 1614, refere-se a propriedade do Cunhaú dizendo que tem boas e muitas aguoas que se podião fazer nellas sinco ou seis emgenhos de açuquar. Já o padre Serafim Leite dizia ter terras, águas, lenhas e tudo necessário para oito ingénios.
O primeiro engenho de Canguaretama foi, sem dúvidas, o Cunhaú. Fundado no século XVII, este pertenceu a família Maranhão durante cerca de trezentos anos. O segundo engenho foi o Pirari, que, segundo Luís da Câmara Cascudo, já existia em 1767. Ainda no século XVIII, teria surgido o Engenho Tamatanduba. Esses primeiros engenhos eram movidos por roda d’água. Localizavam-se no vale do Curimatau, utilizando a água de seus afluentes, Piquiri, Pirari e Tamatanduba, respectivamente.

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