As carnaubas de Canguaretama


A carnaúba (Copernicia prunifera) é uma árvore da família Arecaceae endêmica no semi-árido do nordeste brasileiro, é conhecida como árvore da vida, pois oferece uma infinidade de usos ao homem: as raízes têm uso medicinal como eficiente diurético; os frutos são um rico nutriente para a ração animal; o tronco é madeira de qualidade para construções; as palhas servem para a produção artesanal, adubação do solo e extração de cera (cera de carnaúba), um insumo valioso que entra na composição de diversos produtos industriais como cosméticos, cápsulas de remédios, componentes eletrônicos, produtos alimentícios, ceras polidoras e revestimentos.
Os carnaubais formam florestas que tem predominância nas planícies aluviais dos principais rios do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Bahia, cumprindo importantes funções para a manutenção do equilíbrio ecológico da região, como a conservação dos solos, fauna, cursos d'água e mananciais hídricos.
Na últimas décadas em virtude da desvalorização dos preços da cera vegetal, a Carnaúba voltou a ser alvo de desmatamentos para a introdução de outras atividades produtivas como a agricultura irrigada e a criação de camarão.
Em Canguaretama havia uma floresta de carnaubas que se estendia pela planície aluvial do vale do Cunhaú. Essas plantas deram um curto ciclo econômico no município com esploração da cera nos anos de 1960 e 1970. Essa cera era extraida em consórcio com os trabalhadores do município de Assu e geravam renda considerável. Com o uso dos derivados do petróleo, a exploração dos carnaubais perdeu a viabilidade.
Nesse contexto, o extrativismo foi abandonado e as últimas carnaubas sobreviveram até o início do século XXI, quando a cana de açúcar e a carcinicultura quase extinguiu a planta no município. As carnaubas ainda sobrevivem, renascendo das cinzas nas terras do Areré.

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