A história contada pelo Fandango de Canguaretama é a mesma de Jorge de Alburquerque (1537-1596)?
A História contada nas músicas do Fandango de Canguaretama são muito parecidas com as aventuras passadas por Jorge de Albuquerque no navio Santo Antônio. Portanto é preciso saber quem foi esse brasileiro que inspirou tantas histórias.
Jorge de Albuquerque Coelho foi um português, filho de Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania de Pernambuco e de D. Brites de Albuquerque, nascido em Olinda, cidade fundada por seu pai, em 23 de Abril de 1539.
Em 1554, enquanto estudava em Portugal, morre seu pai. Em 1560, regressa ao Brasil juntamente com seu irmão primogênito, Duarte Coelho de Albuquerque.
Com o irmão, combate os indígenas e atua na exploração dos rios e das
florestas. Ele próprio explorou uma grande parte do curso do rio São Francisco.
Em 1565, regressa a Portugal no navio Santo António, realizando uma viagem das mais tormentosas. A descrição dessa infeliz travessia figura na História trágico-marítima e provavelmente deu origem à lenda e à cantiga popular "A Nau Catrineta".
Depois de porfiada resistência contra um corsário francês, sofreu
tamanhos temporais que ficou em mísero estado, sucedendo, para cúmulo de
desventuras, que os franceses, seus vencedores, depois de roubarem tudo
ao navio português, até a bússola,
o abandonaram avariado e quase sem governo à fúria dos mares. Navegando
ao acaso e sem probabilidade de chegar a um porto, os tripulantes já
lançavam sortes para ver qual seria comido pelos companheiros, quando,
por milagre, chegaram à terra portuguesa.
Em 1578, Jorge foi encarregado, no exército do rei D. Sebastião, do comando de uma coluna de cavalaria. Portou-se com valor na batalha de Alcácer-Quibir, defendeu seu rei e quando este, tendo-lhe morrido o cavalo, se achou a pé no meio dos mouros, cedeu-lhe seu próprio cavalo, perdendo as esperanças de salvação. Ferido, foi levado prisioneiro para Fez,
onde sofreu uma dolorosa operação nas pernas, que o deixou aleijado
para sempre. Resgatado no tempo do domínio espanhol, voltou para
Portugal, mais venturoso do que seu irmão que morreu cativo.
Pelo falecimento deste irmão havia herdado a capitania de Pernambuco,
mas isso de nada lhe servia, inválido sem poder defendê-la contra as
agressões dos índios, indigente para sustentá-la e desenvolvê-la. Filipe I,
desejando cativá-lo, esquivo às suas ordens, ofereceu-lhe auxílio para
manter a província. Aceitou-os Jorge de Albuquerque para não desbaratar o
patrimônio de seus filhos, mas sem voltar a Pernambuco, se fez
representar em Olinda por seu filho Duarte, logo que este atingiu idade própria.
Permaneceu em Portugal, escrevendo estudos e algumas memórias sobre
as guerras da exploração do Brasil até sua morte, que ocorreu depois de 1596, provavelmente no início do século XVII.
Tornou-se célebre em primeiro lugar pelas desgraças, entre as quais
avulta principalmente sua desastrosa viagem marítima vindo do Brasil; em
segundo lugar, pelo brio e abnegação na batalha de Alcácer-Quibir,
dando, em época já eivada pelo egoísmo, um exemplo notável de
patriotismo e de coragem.
Segundo Antonio Caetano de Sousa,
em sua «História Genealógica da Casa Real Portuguesa», tomo 13, página
227, casou-se com D. Catarina da Silva, descendente por bastardia do rei
D. Afonso III, e tiveram filhos:
- Duarte de Albuquerque Coelho, que foi batizado com o mesmo nome de seu tio paterno e se tornou senhor de Pernambuco. Casou-se com D. Joana de Castro, a qual morreu em 2 de abril de 1631 deixando uma única filha, D. Maria Margarida de Castro e Albuquerque, esposa de D. Miguel de Portugal, 6º conde de Vimioso.
- D. Brites, morta em tenra idade.
- Matias de Albuquerque, 1º conde de Alegrete, que foi do Conselho de Estado, Governador das Armas da Província do Alentejo, insigne general. Morto em 9 de junho de 1647, jaz na Trindade e deixou geração de seu casamento com D. Catarina Bárbara de Noronha.
FONTE: Wikipédia.
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