ARQUITETURA DO RIO GRANDE DO NORTE- CASAS GRANDES DE FAZENDAS-ESTILO COLONIAL (Engenho Bom Jardim em Goianinha)

A casa central pertenceu ao coronel Bento de Araújo Lima, que foi construída em 1850 “ainda no tempo do rei”, quando o Rio Grande do Norte ainda era uma província humilde, vivia de gado e cana-de-açúcar, com várias propriedades rurais que dominava a paisagem agreste. As casas-grandes e senzalas se erguiam como marcos da vida econômica e social.

A fazenda Bom Jardim há dois séculos com a mesma família e na 6ª geração familiar, tem uma longa história que começa nos primeiros anos de 1800, quando Manoel Pegado adquiriu terras no município de Goianinha, onde instalou o engenho Arvoredo. Na propriedade foi construída a Casa Grande. Por volta de 1850, Pegado passou as terras às mãos de seu genro, Coronel Antônio Bento de Araújo Lima, como pagamento pelo dote por ter se casado com D. Maria Camila. Com outras áreas adquiridas, a propriedade recebeu a denominação de Engenho Bom Jardim.

A casa central é um prédio térreo de paredes de taipa, ampla varanda, janelões, e pátio ajardinado. Uma típica arquitetura do Brasil colonial, mantida praticamente a mesma até os dias de hoje. O ambiente interno tem pouquíssimas alterações. O murro da frente foi reforçado e colocado grades de ferro, o resto da construção continua intacta e fiel ao estilo.

A arquitetura é funcional e simples, sem adornos. Há quatro quartos e três salas com funções definidas. A construção foi erguida pelos escravos que também construíram na fazenda um grande açude, ainda existente. Atualmente a casa pertence aos herdeiros de Luiz Gonzaga de Araújo Lima Filho, neto do coronel Bento de Araújo Lima.

Há várias casas no local, mas apenas a terceira casa construída ainda encontra-se conservada e é ponto turístico, as demais estão totalmente em ruínas. No entanto, há a intenção de restauração de uma das casas para abrigar o Instituto Cultural Antonio Bento em homenagem a Antônio Bento de Araújo Lima, jornalista, pesquisador, escritor e crítico de arte que viveu na fazenda Bom Jardim quando criança e adolescência é filho do coronel Antonio Bento e neto do coronel Bento de Araujo Lima.

O mobiliário reúne peças que pertenceram a diferentes gerações de moradores, entre cristaleiras, escrivaninhas, mesa, espreguiçadeira, camas, espelho, oratório, piano, e curiosidades, como as cuspideiras. Alguns móveis são originários da Itália e Portugal.



Antonio Bento foi um dos maiores divulgadores da arte moderna brasileira e, sobretudo amigo dos maiores nomes da arte brasileira, Portinari, Vicente do Rego Monteiro, Ismael Nery, DiCavalcante, Mário de Andrade, e muitos outros. Antonio Bento foi inspiração para uma das personagens do romance Macunaíma de Mário de Andrade (1928) e também o descobridor intelectual de Chico Antônio, embolador (1904-1993).

A cozinha antiga da casa ainda conserva o fogão de lenha, feito de barro e revestido de tijolos. Algumas comidas ainda se preparam por lá. As janelas e portas ainda contam com suas grandes fechaduras originais de ferro.

A fazenda Bom Jardim fica em Goianinha, a 55 km de Natal. A matriarca dona Helena de Araújo Lima, 88 anos e demais componentes da família Araujo Lima, descendentes de Luiz Gonzaga, um dos ancestrais, donos dessa terra são os anfitriões para pesquisadores e turistas.

Para se chegar à fazenda, partindo de Natal, têm que pegar primeiro a BR-101 até Goianinha. Passando a área urbana, entrar a direita pela rodovia RN para o município de Santo Antônio. Após rodar uns 4 km pela rodovia estadual, entrar à direita numa estrada de terra, seguindo por mais 1 km e se chega à sede da fazenda, situada no lado direito.
As visitas são agendadas e só recebem turistas em grupo superiores a oito pessoas. Algumas agências de Natal oferecem o passeio na sua programação.

As fotografias são dos alunos do "Curso de Introdução à Fotografia Digital", minintrado pela professora Elizete Arantes no Núcleo de Tecnologia Educacional do Natal.
Referencias: http://www.natalonline.com/noticias/168/fazenda_bom_jardim_um_passeio_no_tempo_/

Copiado de: http://elizetearantes.blogspot.com.br/2010/06/arquitetura-do-rio-grande-do-norte.html

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