A LENDA DO CAJUEIRO DA VELHA



O Cajueiro da Velha localizava-se na salina São Félix e foi derrubado em 5 de novembro de 2002, depois que as terras da salina foram arrendadas para uma empresa carcinicultora. Os pescadores mais velhos diziam que ali aparecia uma senhora, já idosa, que varria a área debaixo da árvore. De fato, todos eram unânimes em afirmar que o local conservava-se sempre limpo e nunca faltavam cajus.
O impressionante é que ninguém nunca identificou a velha, que só era avistada de longe, sempre varrendo o local. Até os que não acreditavam em assombrações não sabiam explicar como aquele terreno poderia permanecer sempre limpo, pois o vento sozinho não seria suficiente para tal limpeza.
O Cajueiro da Velha também estava associado à lenda da galinha e sua ninhada de pintinhos que ciscavam debaixo do cajueiro. Essa galinha era evitada por quem passava sozinho por perto do local, pois diziam que ele atacava com bicadas os desavisados. 

O cajueiro é uma planta típica do Nordeste. Crônicas dos primeiros colonizadores da costa brasileira contam que, na época da frutificação dos cajueiros, nações indígenas do interior vinham ao litoral, território do povo tupi, e travavam guerras pela colheita dos frutos: eram as "guerras do acayu".
Na natureza existem dois tipos: o comum (ou gigante) e o anão. O tipo comum pode atingir entre 5 e 12 metros de altura, mas em condições muito propícias pode chegar a 20 metros. O tipo anão possui altura média de 4 metros.
Seu fruto, a castanha de caju, tem a forma curiosa do rim humano; a amêndoa contida em seu interior, quando seca e torrada, é muito apreciada. Prologando-se ao fruto, existe um pedúnculo macio, comestível, de cores que vão do amarelo ao avermelho e que é geralmente confundido como fruto. Além do fruto, a casca da árvore é também utilizada como adstringente e tônico. Sua madeira, durável e de coloração rosada é também apreciada.
Durante o domínio holandês no Nordeste do Brasil, diversos autores ressaltaram o valor da fruta do cajueiro, especialmente suas virtudes terapêuticas. Maurício de Nassau chegou a baixar uma resolução que fixava a multa de cem florins por cajueiro derrubado, "visto que o seu fruto é um importante sustento dos índios".
Os portugueses levaram o cajueiro para a Índia, entre 1563 e 1578, onde ela se adaptou extremamente bem. Depois da Índia foi introduzida no sudeste asiático, chegando à África durante a segunda metade do século XVI.

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